domingo, 3 de agosto de 2014

(Resenha) Montanha Russa - Martha Medeiros


Montanha-russa - Col. L&pm Pocket
Título: Montanha Russa
Autora: Martha Medeiros
Editora: L&PM
Páginas: 216
ISBN: 9788525419286
Sinopse: "Eu não gosto de montanha-russa, o brinquedo, mas gosto de montanha-russa, a vida.", declara Martha Medeiros na crônica Felizes para sempre. Pois é sobre as curvas e recurvas dessa montanha-russa, sobre as suas quedas súbitas e subidas íngremes, sobre as engrenagens da vida que tratam as cem deliciosas crônicas que compõem este livro.
Escritos no estilo rápido, direto e esperto, e com toda a sinceridade, franqueza e irreverência que conquistaram milhares de leitores, estes textos de Martha Medeiros tratam dos mais variados assuntos e aspectos do cotidiano. Do olhar sobre as coisas mais corriqueiras a pensamentos e reflexões inconfessáveis e politicamente incorretos, a autora fala das nossas aspirações, da preocupação com a carreira, com a passagem do tempo, do desgaste do amor, do ciúme, do lado obscuro do ser humano e da dificuldade de conciliar diferentes aspectos da existência e da personalidade – temas tão universais quanto profundos.
"Montanha-russa" mostra as duas faces da autora (e de todos nós?): o lado tenso, e o lado incorrigível e irremediavelmente otimista, bem-humorado e de bem com a vida. Paradoxal, ambígua e filha do seu tempo, a obra de Martha traz a marca do grande cronista: é impossível ler uma crônica só.

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Há dias estou para publicar essa resenha aqui, mas e a correria que não deixou? Pois bem, finalmente eis-me aqui! Comemorem, vamos! rs

"...Quando os nossos olhos ficam embaraçados, nada como usar os olhos dos outros para voltar a valorizar o que é nosso."

Bom, sou suspeita para falar sobre esse livro porque adoro crônicas, cartas e afins. Porém, preciso avaliar e começo dizendo que é show de bola! 

A linguagem é de fácil absorção. Martha consegue transmitir, com as singelas e objetivas palavras, o entendimento à pessoas de todas as idades. A diagramação não é perfeita, mas nada que atrapalhe. 

"...Não há perigo. Perigoso é a gente se aprisionar no que nos ensinaram como certo e nunca mais se libertar, correndo o risco de não saber mais viver sem um manual de instruções.”

Montanha Russa é mais um exemplar com um conjunto de crônicas maravilhosas que retratam situações vistas e vivenciadas no meu e no seu cotidiano. Sabe aquele detalhe que passa despercebido por nós em algum momento do dia? Ao ler um daqueles textos acabamos notando-o ali. E eu ouso dizer que qualquer pessoa que for lê-lo, acabará identificando-se com alguma crônica da Dona Martha. Sério! Diversas vezes eu parei, anotei um pequeno trecho e depois fiquei pensando com os meus botões porque a autora te faz isso: pensar. Ela cospe as palavras, ou melhor, as verdades na sua cara em um gesto nu e cru. Por conta disso, não o considero um livro de auto ajuda, mas sim de uma conversa com um amigo bem sincero.

"...Mas desejo também que desejes uma alegria incontida, que desejes mais amigos, e nem precisam ser melhores amigos, basta que sejam bons parceiros de esporte e de mesas de bar, que desejes o bar tanto quanto a igreja, mas que o desejo pelo encontro seja sincero (...)".

Esse é um tipo de livro que indico e que deve ser lido em um dia tranquilo, na praia ou em um lugarzinho sossegado. 

1. Ruim 2. Regular 3. Bom 4. Muito Bom 5. Excelente

quarta-feira, 16 de julho de 2014

(Crônica) Sobre a dor e a delícia de se estar sozinho


No decorrer da vida é impressionante o quanto nos vemos dependentes de algo para ficarmos felizes. Eventos, amigos, família, namorado(a), internet etc. Mas e quando algo dar errado? Quando a família viaja, o namoro termina e o amigo resolve morar em outro lugar?

Imagine que você recebe uma proposta no emprego para mudar de cargo. Algo melhor, uma renumeração maior, porém é em outra cidade. Ou até mesmo em outro estado. E aí? De inicio você vai ter que viver sozinho. Será que conseguiria?

Quem se apega fácil (como eu!) sabe bem sobre o que estou falando. Todo sábado tem uma festa com os amigos, tem o namorado para compartilhar sobre aquele CD bacana que você ouviu, tem a prima para te acompanhar àquela viagem... Ótimo! Mas imagina que chato ir à um shopping sem ter uma amiga para palpitar que a blusinha azul ficou melhor que a amarela. Imagina que chato ir ao cinema sem ter um paquera para acariciar seu rosto enquanto você descansa a cabeça no ombro dele. Imagina que chato fazer um mochilão* sozinha sem ter uma prima/irmã para compartilhar as mesmas emoções.  

Deixo claro que não suporto sair sozinha nem para comprar pão. Porém, semana passada fui à praia sozinha. Um rapaz chegou e tentou iniciar uma conversa com a seguinte pergunta: o que uma garota como você faz sozinha aqui? Eu, educadamente, respondi que apenas estava curtindo a minha própria companhia. Após suspender as sobrancelhas e hesitar antes de falar, ele me disse que é sempre bom.

De fato é sempre bom, mas por qual motivo é tão difícil? Ah, claro, sozinho não tem graça, não tem bagunça, não tem resenha. Mas quem gosta de degustar desse prato chamado "companhia própria", sabe como ele é saboroso. Não é vergonha ficar sozinho. Não é vergonha tirar um tempo para si. Para refletir. Para mudar. Para cuidar de quem mais devemos amar: nós mesmos. Pelo contrário, é algo necessário. É necessário irmos à praia sozinhos e sentir os grãos de areia entre os nossos pés, ver o quebrar das ondas. Assistir um filme, ouvir uma música boa e dançar sem ninguém te ver, sabe? Coisas pequenas que são boas quando compartilhadas com alguém, mas fazem um bem danado quando as realizamos sozinhos.

É isso o que eu quero dizer. Ninguém encontra-se realmente sozinho quando resolve curtir a si mesmo, mas parece que basta ficarmos a sós que a nossa solidão resolve atrair a nossa atenção de qualquer forma. Acalme-se; é só não dar atenção à ela. 

A praia estava cheia de um vento bom, de uma liberdade.
E eu estava só. E naqueles momentos não precisava de ninguém.
Preciso aprender a não precisar de ninguém.
É difícil, porque preciso repartir com alguém o que sinto."
— Clarice Lispector

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P.s: Se vocês gostaram do texto e querem falar algo sobre o assunto, deixem um breve comentário. Adoraria saber a opinião de vocês sobre "Se estar sozinho". Espero que tenham gostado. 
*mochilão - Conhecer várias cidades/país em poucos dias.

domingo, 29 de junho de 2014

(Resenha) Quem é você, Alasca? - John Green


Título: Quem é Você, Alasca?
Autor: John Green
Editora: WMFMartinsFontes
Páginas: 229
ISBN: 9788578273422
Sinopse: "Miles Halter é um adolescente fissurado por célebres últimas palavras - e está cansado de sua vidinha segura e sem graça em casa. Vai para uma nova escola à procura daquilo que o poeta François Rabelais, quando estava à beira da morte, chamou de o "Grande Talvez". Muita coisa o aguarda em Culve Creek, inclusive Alasca Young. Inteligente, espirituosa, problemática e extremamente sensual, Alasca levará Miles para o seu labirinto e o catapultará em direção ao "Grande Talvez"."

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"Ele' - ou seja, Simón Bolívar -' estremeceu diante da revelação de que a corrida arrojada entre seus males e seus sonhos estava chegando ao fim. O resto eram trevas. 'Droga', ele suspirou. 'Como sairei deste labirinto?'"

Eu acreditava que iria me surpreender com este livro de John Green. Aliás, de fato me surpreendi, mas negativamente.
Peço desculpas à quem adorou o livro, colocou entre os favoritos da estante, mas eu esperava mais. Creio que por ter lido e escutado tantos comentários positivos, acabei comprando-o na esperança de ler algo que superaria "A Culpa é das Estrelas". 

"Se ao menos conseguíssemos enxergar a infinita cadeia de consequências que resulta das nossas pequenas decisões. Mas só percebemos tarde demais, quando perceber é inútil".

Bom, vamos lá. Em "Quem é Você, Alasca?" conhecemos a vida de Miles "Gordo" Halter. Como a sinopse mesmo diz; um adolescente que está cansado da sua vidinha monótona e vai em busca de um "Grande Talvez". 
Ao chegar em Culve Creek, Gordo - como logo é apelidado - conhece o seu colega de quarto, Chip Martin (o Coronel), Takumi, Lara e Alasca Young.

Entre as novas experiências como: bebidas, cigarros e trotes escolares, Gordo logo começa a se interessar por Alasca. 
Sabemos que o personagem principal é ele, mas dentre seu espirito alegre, sapeca e contagioso, o enredo acaba por focar bastante na garota. Uma coisa é certa sobre a mesma: Alasca Young é uma incógnita. Além de bipolar, ninguém a conhece 100%. Portanto, o título tem tudo a ver com a personagem.

"Cruzes! Não posso ser uma dessas pessoas que ficam sentadas falando que pretendem fazer isso e aquilo. Eu vou fazer e pronto. Imaginar o futuro é uma espécie de nostalgia".

O livro é dividido em duas partes: antes e depois. Os títulos dos capítulos foram nomeados em números por extenso; por exemplo, cento e oito dias antes; seis dias depois (...) e eu fiquei super curiosa em relação aquilo, mas no final eu entendi.
A leitura é fácil de ser compreendida, Green escreve de maneira bacana e simples, mas confesso que a primeira parte não me fisgou. 

Porém, como tudo tem o seu lado bom, John Green nos mostra uma pequena parte religiosa com ensinamentos do islamismo, cristianismo e budismo. Também é composto por metáforas e as últimas palavras de Simón Bolívar ficarão pairando sobre sua cabeça: "Como sairei deste labirinto?". 

"Eu sei que ela me perdoa, assim como eu a perdoo. As últimas palavras de Thomas Edison foram: "O outro lado é muito bonito." Eu não sei onde fica o outro lado, mas acredito que seja em algum lugar e espero que seja bonito".



1. Ruim 2. Regular 3. Bom 4. Muito Bom 5. Excelente

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

(Resenha) O Melhor de Mim - Nicholas Sparks




Título: O Melhor de Mim
Autor: Nicholas Sparks
Editora: Arqueiro
Páginas: 269
ISBN: 9788580410495
Sinopse: "Na primavera de 1984, os estudantes Amanda Collier e Dawson Cole se apaixonaram perdidamente. Embora vivessem em mundos muito diferentes, o amor que sentiam um pelo outro parecia forte o bastante para desafiar todas as convenções de Oriental, a pequena cidade em que moravam. (...) Infelizmente, quando o verão do último ano de escola chegou ao fim, a realidade os separou de maneira cruel e implacável.
Vinte e cinco anos depois, eles estão de volta a Oriental para o velório de Tuck Hostetler, o homem que um dia abrigou Dawson, acobertou o namoro do casal e acabou se tornando o melhor amigo dos dois.

Seguindo as instruções de cartas deixadas por Tuck, o casal redescobrirá sentimentos sufocados há décadas. Após tanto tempo afastados, Amanda e Dawson irão perceber que não tiveram a vida que esperavam e que nunca conseguiram esquecer o primeiro amor. Um único fim de semana juntos e talvez seus destinos mudem para sempre."

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Olá, meus queridos! Hoje é dia de Nicholas Sparks. Quem aí mora no RJ, foi a bienal e viu esse escritor maravilhoso? #invejinha #hahaha #amo
Bom, chega de papo e vamos ler uma resenha.

Em "O Melhor de Mim" embarcamos no maravilhoso romance de Dawson Cole e Amanda Collier. 

Dawson é um homem extremamente encantador. Simples, humilde e honesto, diferente de todos os homens da sua complicada família. Após cansar de apanhar do pai, resolve sair de casa e abriga-se na oficina de Tuck. A jovem e bela Amanda é dona de uma personalidade forte, rica e popular. Nunca se importou com os comentários em relação ao seu namoro com Dawson.

"Mais tarde naquela noite, eles fizeram amor pela primeira vez. E, pelas duas décadas seguintes, e ainda depois, ele carregou dentro de si as lembranças e aquelas palavras, sabendo que valiam para os dois." - página 21

Uma coisa que não podemos negar é o quanto o amor deles é lindo e forte. São capazes de passar por cima de todos para ficarem juntos, mas o destino resolve interferir. Amanda vai para a universidade, depois constrói uma família e, diferente da moça, Dawson não quis iniciar nenhum tipo de relacionamento. 

Tempos depois, o grande amigo deles morre e, obviamente, eles voltam a Oriental para o enterro. Após este reencontro de tanto tempo é dada à eles uma nova chance para recomeçar ou, quem sabe, deixar tudo como está. Entre lembranças a tona, saudades e o conhecimento do novo "eu" de Amanda e Dawson, nós nos perguntamos: eles recuperarão o tempo perdido? Leiam e saberão!

"(...) Eu sabia que você me amava e que seria capaz de tudo por mim. E, em parte, foi por isso que sofri tanto quando você terminou comigo, Dawson. Porque, mesmo naquela época, eu sabia como esse tipo de amor é raro. Só os mais felizardos chegam a conhecê-lo." - página 98

1. Muito ruim 2. Fraco 3. Bom 4. Muito Bom 5. Excelente

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Cecília Meireles - Poema

Cântico VI

"Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.


E então serás eterno."

Os cântico acima foi extraído da "Antologia Poética", Editora Record - Rio de Janeiro, 1963.

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Cecília Meireles nasceu no dia 7 de novembro de 1901, e faleceu no dia 9 de novembro de 1964. Teve uma vida com muitas perdas, ao começar pela perda de seus pais logo cedo. Suas poesias eram cercadas de melancolia, saudade e angústias da vida. A belíssima poetisa foi um "nome de peso" na segunda fase do Modernismo.

Olá, meus queridos! Todos bem? Vasculhando a nossa amada internet, achei este poema (acima) magnífico da Cecília Meireles. Este poema, segundo a minha interpretação, retrata o medo do fim. O medo não só do fim da vida, mas, também, o medo do amor, da tristeza, do desejo como a própria autora cita. E digo mais: que quando atingimos determinada idade, perdemos o medo de morrer e eternizamos o sentido da vida e da morte. É como se ela falasse que tudo acaba e renasce novamente. Lindo, não é? Espero que gostem.

sábado, 24 de agosto de 2013

(Resenha) Soul Love - À noite o céu é perfeito - Lynda Waterhouse



Título: Soul Love - À Noite o céu é perfeito
Autora: Lynda Waterhouse

Editora: Melhoramentos
Páginas: 206
ISBN: 8506047692

Sinopse: "Jenna não quer trair os amigos e não revelará o que se esconde por trás de sua expulsão do colégio, assumindo toda a culpa sozinha. Como castigo, sua mãe a leva para passar algum tempo com uma tia numa tediosa cidadezinha do interior.
É lá que Jenna encontra Gabe, um rapaz autêntico, melancólico e reservado. Completamente diferente de todas as outras pessoas que ela conhece. É inevitável: Jenna se apaixona por ele. Será que Gabe é sua alma gêmea? Ele mostra a Jenna a beleza de um céu noturno sem nuvens, escuro, um contraste perfeito para o brilho das estrelas. E, em meio a livros, música, poesia e noites estreladas, o sentimento entre eles se torna cada vez mais forte.
Mas Cleo, uma garota antipática que tem uma ligação muito estranha com Gabe, não está gostando nada desse romance. Afinal, ela não quer que ninguém saiba o grande segredo de Gabe..."

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Olá, meus queridos. Todos bem? Vamos ler mais uma resenha? 
Bom, eu acredito que esse seja mais um "clichê". Tem a mocinha, o bom moço e a malvada - que no final nem fica tão malvada assim. Mas é uma boa história e, admito, que me arrancou lágrimas no final.

Primeiramente falaremos sobre a protagonista Jenna. Tem apenas quinze anos e apronta todas no colégio juntamente com dois amigos. Quando se muda para Little Netherby, uma cidadezinha no fim do mundo, ela faz amizade muito fácil e eu a aplaudo por isso. Se é uma pessoa igual a mim, levaria algum tempo.

Quando chega lá, Jenna logo surpreende-se ao ver que os papéis serão invertidos. Em vez de ser cuidada, ela que cuidará da sua tia Sarah, pois esta foi abandonada pelo marido e esta muito afetada. Além de cuidar da tia, ela terá, também, que cuidar do gato e do sebo dela. 

"... Essa é uma das coisas que as pessoas não nos ensinam quando falam de crescer: como lidar com as dores que não passam com um beijo. - página 5

Entre uma olhadinha na janela, Jenna acaba vendo um garoto. Dono de um corpo musculoso, como a personagem mesmo o descreve, ela leva alguns dias até finalmente descobrir quem é: Gabriel, dezessete anos, filho de um lorde e que esconde um grande segredo que somente a sua amiga Cleo, que compartilha deste mesmo segredo, sabe. A verdade é que Jenna irá viver muita coisa além do que ela imagina naquela cidadezinha.

O livro aborda uma linguagem simples, sendo assim, fácil de compreender. A Lynda também tratou de um assunto que nunca passa despercebido de uma maneira com que nós, leitores, não víssemos como bicho de sete cabeças, sabem?

"... Não há limite para o processo de crescimento. Algumas pessoas podem ser maduras aos dezesseis anos, outras podem agir como crianças mimadas durante a vida toda." - página 205

Também gostei da Jenna. Ela era uma garota literalmente infantil, mas de tanto "se virar" sozinha diversas vezes em Little Netherby, acabou adquirindo uma maturidade que não obteria jamais se estivesse na companhia de seus amigos Jackson e Mia. 

Gabe adora ler e estuda astronomia. É um garoto bacana. Só não digo que é perfeito porque a noite, com Jenna, ele agia de um modo e pelo dia parecia outra pessoa. Não gosto disso. Ele tem apenas dezessete anos, mas aparece para enriquecer a vida da protagonista. Mostra a ela o que é amizade, a aprender com seus erros e perdoar os erros alheios. Os encontros deles eram super bacanas. 

"... O fato de eu ter só quinze anos quando conheci Gabe não significa que nossos sentimentos não fossem verdadeiros, nem que não pudéssemos fazer a coisa certa, por mais que tenhamos nos machucado." - página 205

O final talvez não agrade a todos. Não é um final triste, mas me apeguei muito ao casal adolescente e fiquei triste por eles. É um bom livro, sem falar nos outros personagens e no modo como a autora soube não deixar a estória chata ao envolver, por parte, a vida amorosa de Sarah.


1. Muito ruim 2. Fraco 3. Bom 4. Muito Bom 5. Excelente

sábado, 17 de agosto de 2013

(Resenha) O Caçador de Pipas - Khaled Hosseini


Título: O Caçador de Pipas
Autor: Khaled Hosseini

Editora: Nova Fronteira
Páginas: 365
ISBN: 8520917674
Sinopse:

"O Caçador de Pipas é considerado um dos maiores sucessos da literatura mundial dos últimos tempos. Este romance conta a história da amizade de Amir e Hassan, dois meninos quase da mesma idade, que vivem vidas muito diferentes no Afeganistão da década de 1970. Amir é rico e bem-nascido, um pouco covarde, e sempre em busca da aprovação de seu próprio pai. Hassan, que não sabe ler nem escrever, é conhecido por coragem e bondade. Os dois, no entanto, são loucos por histórias antigas de grandes guerreiros, filmes de caubói americanos e pipas. E é justamente durante um campeonato de pipas, no inverno de 1975, que Hassan dá a Amir a chance de ser um grande homem, mas ele não enxerga sua redenção. Após desperdiçar a última chance, Amir vai para os Estados Unidos, fugindo da invasão soviética ao Afeganistão, mas vinte anos depois Hassan e a pipa azul o fazem voltar à sua terra natal para acertar contas com o passado." - Fonte: Skoob

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P.S: Esta resenha pode conter spoilers. 
Como definir, a altura, algo tão perfeito? Será que é possível sem esquecer de ressaltar alguma parte? Tentarei.

Tenham certeza que, após ler O Caçador de Pipas, Hosseini ganhou mais uma leitora fiel. Ele soube fazer com que "simples" vidas não passassem despercebidas. Soube fazer com que tudo parecesse tão real, como se estivéssemos ali em cada parte do Afeganistão e vendo a vida daquelas pessoas. Ao abrir o livro eu tinha certeza de que sairia da Bahia e iria embarcar em uma grande viagem pelo Afeganistão. 

Como é possível ver através da sinopse, o livro retrata a história de Amir e Hassan, duas crianças que assim como seus pais, cresceram juntas no Afeganistão. Apesar de religiões diferentes, etnias diferentes, classes sociais diferentes, eles eram bem unidos. Tiveram a mesma infância, a mesma descobertas e mamaram do mesmo leite. 

Hassan que diferente de Amir não frequentava a escola e como consequência não sabia ler e escrever, mostrava muitas vezes possuir uma sabedoria grandiosa. É aquele tipo de garoto puro. Extremamente e inigualavelmente leal, verdadeiro e capaz de conceder o verdadeiro perdão a quem quer que seja e apesar do que tenha feito. Apesar de tanta bondade, os outros garotos enchem ele e a seu pai, Ali, de apelidos por terem uma aparência bem peculiar. 


"... E esse é o problema das pessoas que são sinceras: acham que todo mundo também é." - página 61

No livro conhecemos também Amir, quem nos conta a história. Ele é filho do patrão de Hassan, o baba. Diferente do amigo, Amir era medroso, testava inúmeras vezes a lealdade de Hassan e tentava, a todo custo, ganhar a admiração do seu baba - o que nunca conseguia, pois Amir preferia escrever, ler contos e poemas à fazer o que seu baba queria como jogar futebol ou enfrentar aqueles que o provocavam. 

Um certo dia, Assef - um dos garotos da rua que mais perturbava os meninos - e seus dois discípulos desafiaram Amir e Hassan. O hazara, que era o mais corajoso dos dois e ótimo com o estilingue, conseguiu acertar uma pedra em Assef e assim saíram correndo, ouvindo a promessa de que aquilo não ficaria daquela forma. Apesar de serem crianças, os dois sabiam que Assef sempre cumpria o que prometia. 

Em todos os invernos acontecia um grande campeonato de pipas em Cabul. No inverno de 1975, Amir disse a si mesmo que faria de tudo para conquistar a pipa mais desejada por todos, a pipa azul, com a certeza de que seu pai ficaria extremamente orgulhoso dele. Então, acompanhado de Hassan que era ótimo apanhador de pipas, eles seguiram para o campeonato. Conseguiram derrubar as outras pipas e perto do anoitecer a pipa azul rodopiou no céu. No mesmo instante, Hassan saiu com um grande - e último - sorriso atrás do prêmio do seu amo, enquanto este recebia os aplausos de todos ali presentes.

"... - Qualquer dia desses compro uma para você - acrescentei.
O rosto de Hassan se iluminou.
- Uma televisão? Sério?

- Claro. E não vai ser dessas em preto-e-branco, não. Provavelmente já seremos grandes nessa época, mas vou comprar duas. Uma para você, outra para mim.
- Vou botar em cima da minha mesa, onde ficam os meus desenhos - disse Hassan." - página. 63
Logo após, Amir foi à procura de Hassan. Porém, depois de minutos, encontrou o seu fiel amigo sendo encurralado por Assef e seus dois discípulos. Vendo que Hassan estava sozinho e que não aceitou trocar a pipa azul por sua liberdade, Assef com a ajuda dos dois seguidores, fez algo que marcaria para sempre a amizade de Hassan e Amir, sendo que este teve a chance de impedir com tudo, mas optou por ficar observando decretando, assim, a sua covardia.

Após o acontecimento, dias se passaram e Amir não conseguia mais encarar Hassan. Sendo assim, deu um jeito de fazer com que Hassan e seu pai, Ali, fossem embora daquela casa. Apesar de ver o sofrimento de todos, principalmente de seu baba, ele não interferiu em nada. Logo depois que Hassan foi embora, o regime talibã tomou o Afeganistão. Com isso, Amir e seu baba 
tiveram que fugir para os EUA, com a esperança de voltar quando tudo voltasse ao normal. Porém, antes disto acontecer, seu baba já teria falecido e Amir teria construído uma família com Soraya, que também era Afegã, não tendo motivos para retornar à sua terra natal.

Porém, vinte e seis anos depois, ele recebe um telefonema inesperado. Do outro lado da linha ele ouve a voz de seu amigo Rahim Khan, pedindo para que Amir fosse vê-lo. Este sabia que era o seu passado lhe dando mais uma chance de se redimir. E aí? Será que o "tempo" fez Amir ficar mais corajoso? Ele tomará a decisão certa agora e consertar todo o mal que causou? Eu já sei o final, só falta você!


" - Por você, faria isso mil vezes! - página 73

P.s: Digo que é uma leitura obrigatória. O livro é ótimo, tem um enredo instigante, muitos detalhes e uma coisa ótima: o foco em um país pouco conhecido, o Afeganistão. o autor soube perfeitamente, vale ressaltar, nos mostrar o país antes e depois do regime Talibã. Ele sabe fazer com que tenhamos entusiasmo em ler sobre o seu país de uma maneira gostosa, sabem? E preciso dizer: estou perdidamente apaixonada por Hassan; ele é o sol que nasce depois da minha yelda - quem leu ou vai ler o livro, sabe/saberá do que estou falando. ;)



1. Muito ruim 2. Fraco 3. Bom 4. Muito Bom 5. Excelente