sábado, 17 de agosto de 2013

(Resenha) O Caçador de Pipas - Khaled Hosseini


Título: O Caçador de Pipas
Autor: Khaled Hosseini

Editora: Nova Fronteira
Páginas: 365
ISBN: 8520917674
Sinopse:

"O Caçador de Pipas é considerado um dos maiores sucessos da literatura mundial dos últimos tempos. Este romance conta a história da amizade de Amir e Hassan, dois meninos quase da mesma idade, que vivem vidas muito diferentes no Afeganistão da década de 1970. Amir é rico e bem-nascido, um pouco covarde, e sempre em busca da aprovação de seu próprio pai. Hassan, que não sabe ler nem escrever, é conhecido por coragem e bondade. Os dois, no entanto, são loucos por histórias antigas de grandes guerreiros, filmes de caubói americanos e pipas. E é justamente durante um campeonato de pipas, no inverno de 1975, que Hassan dá a Amir a chance de ser um grande homem, mas ele não enxerga sua redenção. Após desperdiçar a última chance, Amir vai para os Estados Unidos, fugindo da invasão soviética ao Afeganistão, mas vinte anos depois Hassan e a pipa azul o fazem voltar à sua terra natal para acertar contas com o passado." - Fonte: Skoob

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P.S: Esta resenha pode conter spoilers. 
Como definir, a altura, algo tão perfeito? Será que é possível sem esquecer de ressaltar alguma parte? Tentarei.

Tenham certeza que, após ler O Caçador de Pipas, Hosseini ganhou mais uma leitora fiel. Ele soube fazer com que "simples" vidas não passassem despercebidas. Soube fazer com que tudo parecesse tão real, como se estivéssemos ali em cada parte do Afeganistão e vendo a vida daquelas pessoas. Ao abrir o livro eu tinha certeza de que sairia da Bahia e iria embarcar em uma grande viagem pelo Afeganistão. 

Como é possível ver através da sinopse, o livro retrata a história de Amir e Hassan, duas crianças que assim como seus pais, cresceram juntas no Afeganistão. Apesar de religiões diferentes, etnias diferentes, classes sociais diferentes, eles eram bem unidos. Tiveram a mesma infância, a mesma descobertas e mamaram do mesmo leite. 

Hassan que diferente de Amir não frequentava a escola e como consequência não sabia ler e escrever, mostrava muitas vezes possuir uma sabedoria grandiosa. É aquele tipo de garoto puro. Extremamente e inigualavelmente leal, verdadeiro e capaz de conceder o verdadeiro perdão a quem quer que seja e apesar do que tenha feito. Apesar de tanta bondade, os outros garotos enchem ele e a seu pai, Ali, de apelidos por terem uma aparência bem peculiar. 


"... E esse é o problema das pessoas que são sinceras: acham que todo mundo também é." - página 61

No livro conhecemos também Amir, quem nos conta a história. Ele é filho do patrão de Hassan, o baba. Diferente do amigo, Amir era medroso, testava inúmeras vezes a lealdade de Hassan e tentava, a todo custo, ganhar a admiração do seu baba - o que nunca conseguia, pois Amir preferia escrever, ler contos e poemas à fazer o que seu baba queria como jogar futebol ou enfrentar aqueles que o provocavam. 

Um certo dia, Assef - um dos garotos da rua que mais perturbava os meninos - e seus dois discípulos desafiaram Amir e Hassan. O hazara, que era o mais corajoso dos dois e ótimo com o estilingue, conseguiu acertar uma pedra em Assef e assim saíram correndo, ouvindo a promessa de que aquilo não ficaria daquela forma. Apesar de serem crianças, os dois sabiam que Assef sempre cumpria o que prometia. 

Em todos os invernos acontecia um grande campeonato de pipas em Cabul. No inverno de 1975, Amir disse a si mesmo que faria de tudo para conquistar a pipa mais desejada por todos, a pipa azul, com a certeza de que seu pai ficaria extremamente orgulhoso dele. Então, acompanhado de Hassan que era ótimo apanhador de pipas, eles seguiram para o campeonato. Conseguiram derrubar as outras pipas e perto do anoitecer a pipa azul rodopiou no céu. No mesmo instante, Hassan saiu com um grande - e último - sorriso atrás do prêmio do seu amo, enquanto este recebia os aplausos de todos ali presentes.

"... - Qualquer dia desses compro uma para você - acrescentei.
O rosto de Hassan se iluminou.
- Uma televisão? Sério?

- Claro. E não vai ser dessas em preto-e-branco, não. Provavelmente já seremos grandes nessa época, mas vou comprar duas. Uma para você, outra para mim.
- Vou botar em cima da minha mesa, onde ficam os meus desenhos - disse Hassan." - página. 63
Logo após, Amir foi à procura de Hassan. Porém, depois de minutos, encontrou o seu fiel amigo sendo encurralado por Assef e seus dois discípulos. Vendo que Hassan estava sozinho e que não aceitou trocar a pipa azul por sua liberdade, Assef com a ajuda dos dois seguidores, fez algo que marcaria para sempre a amizade de Hassan e Amir, sendo que este teve a chance de impedir com tudo, mas optou por ficar observando decretando, assim, a sua covardia.

Após o acontecimento, dias se passaram e Amir não conseguia mais encarar Hassan. Sendo assim, deu um jeito de fazer com que Hassan e seu pai, Ali, fossem embora daquela casa. Apesar de ver o sofrimento de todos, principalmente de seu baba, ele não interferiu em nada. Logo depois que Hassan foi embora, o regime talibã tomou o Afeganistão. Com isso, Amir e seu baba 
tiveram que fugir para os EUA, com a esperança de voltar quando tudo voltasse ao normal. Porém, antes disto acontecer, seu baba já teria falecido e Amir teria construído uma família com Soraya, que também era Afegã, não tendo motivos para retornar à sua terra natal.

Porém, vinte e seis anos depois, ele recebe um telefonema inesperado. Do outro lado da linha ele ouve a voz de seu amigo Rahim Khan, pedindo para que Amir fosse vê-lo. Este sabia que era o seu passado lhe dando mais uma chance de se redimir. E aí? Será que o "tempo" fez Amir ficar mais corajoso? Ele tomará a decisão certa agora e consertar todo o mal que causou? Eu já sei o final, só falta você!


" - Por você, faria isso mil vezes! - página 73

P.s: Digo que é uma leitura obrigatória. O livro é ótimo, tem um enredo instigante, muitos detalhes e uma coisa ótima: o foco em um país pouco conhecido, o Afeganistão. o autor soube perfeitamente, vale ressaltar, nos mostrar o país antes e depois do regime Talibã. Ele sabe fazer com que tenhamos entusiasmo em ler sobre o seu país de uma maneira gostosa, sabem? E preciso dizer: estou perdidamente apaixonada por Hassan; ele é o sol que nasce depois da minha yelda - quem leu ou vai ler o livro, sabe/saberá do que estou falando. ;)



1. Muito ruim 2. Fraco 3. Bom 4. Muito Bom 5. Excelente

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