quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

(Resenha) A Cidade do Sol - Khaled Hosseini



Título: A Cidade do Sol
Autor: Khaled Hosseini
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 366
ISBN: 9788520920107
"Uma jovem Mariam está sentada junto à mesa, fazendo uma boneca à luz de uma lamparina a óleo. Está cantarolando. Tem o rosto suave e juvenil, o cabelo foi lavado e está penteado para trás. E não lhe falta nenhum dente. Laila a vê colar pedaços de lã na cabeça da boneca. Em poucos anos, essa menina vai ser uma mulher que pede muito pouco da vida, que nunca incomoda ninguém, que nunca deixa transparecer que ela também tem tristezas, desapontamentos, sonhos que foram menosprezados. Uma mulher que vai ser como uma rocha no leito de um rio, suportando tudo sem se queixar. Uma mulher cuja generosidade, longe de ser contaminada, foi forjada pelas turbulências que se abateram sobre ela. Laila já consegue ver algo nos olhos daquela menina, algo tão arraigado que nem Rashid nem os talibãs conseguiram destruir. Algo tão rijo e inabalável quanto um bloco de calcário. Algo que, afinal, acabou sendo a sua ruína e a salvação de Laila. A menina ergue os olhos. Deixa a boneca de lado. E sorri. 'Laila jo?'"

••••

Quando minha mãe me presenteou com o livro "A Cidade do Sol", pela capa achei que seria uma perca de tempo lê-lo. Mas, como eu sempre leio os livros que caem em minha mão, com esse não foi diferente. E me surpreendi! Depois deste livro, tive a certeza de que não poderia mais julgar um livro pela capa. O autor entrou na minha lista de autores favoritos. Posso afirmar, com toda a certeza e honestidade em minhas palavras que, essa foi uma das melhores leituras que eu já fiz. O autor consegue nos envolver de um jeito magnífico. Nos oferece ricos detalhes do cotidiano no Afeganistão e nos mostra - de uma forma que não cansa -, uma vida no país durantes as ultimas quatro décadas. 
O livro é dividido em quatro partes e possui cinquenta e um capítulos que são narrado uma vez por Mariam e outra por Laila. A história em si já chama a atenção por nos mostrar como a mulher era submissa ao seu marido naquele tempo. Uma riqueza de livro!

"Aprenda isso de uma vez por todas, filha: assim como uma bússola precisa apontar para o norte, assim também o dedo acusador de um homem sempre encontra uma mulher à sua frente. Sempre. Nunca se esqueça disso, Mariam." - Pág. 12

A primeira parte conta a história de Mariam, que nasceu no ano de 1959, em Herat. Mas, por ser filha do ex-patrão da sua mãe, ela era uma harami (bastarda), fruto de uma relação proibida. Por causa disto, a família de sua mãe foi embora, deixando-a sozinha. Elas então passaram a morar em uma Kolba que foi construída por Jalil, seu pai, que ia visitá-la toda quinta-feira recebendo "em troca" toda a demonstração de amor que Mariam sentia. Após a sua saída, Nana, mãe de Mariam, falava aos berros com a filha que Jalil não era quem ela pensava ser, que ele havia abandonado-a.
Perto do seu aniversário de 15 anos, Mariam pediu de presente a Jalil que a levasse ao seu cinema junto com seus irmãos. Porém, no dia combinado, seu pai não aparece, sendo assim, Mariam resolve ir até Herat ao seu encontro. Ao chegar lá, toda esperançosa, ninguém a recebe. Por um breve instante, ela o vê em casa e vice-versa, mas ele não manda abrir o portão. Ela passa a noite na frente da casa dele e, pela manhã, o motorista a leva de volta para casa. Chegando lá, Mariam encontra sua mãe morta, tendo cometido suicídio.

Depois disso, como tinha lhe dito sua mãe, Mariam fica sozinha. Por causa disto, Jalil a recebe em sua casa. Mas, quando menos esperava, uma das esposas de seu pai a informa que arranjaram um pretendente para ela, que residia em Cabul e um pouco (lê-se "bem mais") velho que ela. Ela implora, pede para que o pai faça algo, mas é em vão. Mariam, com 15 anos de idade, casa-se com Rashid em uma cerimônia rápida.

"- Laila, não é? - perguntou Hakim, embalando a filha.
- É. Laila - disse Fariba, com um sorriso cansado. - Beleza da noite. É perfeito." 
- pág. 94

Na segunda parte começamos a conhecer a história de Laila. Ela nasceu no ano de 1978, 19 anos após Mariam e, na época, os soviéticos já tinham invadido o Afeganistão.
Laila tinha uma vida muito diferente da que Mariam teve quando criança. Seu pai era professor. Ele sempre dizia que ela poderia ser o que quisesse, mas antes, deveria se dedicar aos estudos primeiro e, depois, ao casamento.
Laila tinha três amigos, Hasina, Giti e, seu grande amigo "carne e unha", Tariq. Amigos de infância. Ela também tinha dois irmãos, Ahmad e Noor, os quais ela nem lembrava de ter conhecidos pois eles tinham sido enviados para a guerra. Sua mãe, além de aguardar mais que ansiosamente o retorno dos seus meninos, comportava-se como se tivesse apenas eles dois de filhos. Porém, em um certo dia, eles recebem a notícia de que seus filhos haviam falecido. Fariba, a mãe de Laila, passa a ter sérios problemas emocionais e, com isso, nem lembra mais que tem uma filha.

"Nunca deixaria a sua marca no coração de mammy, como seus irmãos tinham deixado, porque aquele coração era uma espécie de praia desbotada onde as pegadas da menina seriam sempre apagadas pelas ondas da tristeza que se erguiam e quebravam, se erguiam e quebravam."
- pág. 128

Em abril de 1992, Laila fez 14 anos. Neste mesmo mês e ano, Najibullah presidente do Afeganistão e ex-chefe a KHAD se rende. Apesar de tentar passar imagem de bom homem, todos os afegãos sabiam que ele não era uma boa pessoa. Em seu nome inúmeras pessoas foram mortas e torturadas.
Depois de muito tempo vivendo no quarto doente e, graças a essa rendição, Fariba decide comemorar essa vitória pelo qual os irmãos de Laila haviam morrido.

Porém, depois de um tempo, passou a ter guerra entre os mujahedins, principalmente na cidade de Cabul. Devido a isso, a cidade estava um caos. Era morte o tempo inteiro e mísseis para todos os lados. Com medo, muitas pessoas resolveram deixar a cidade em busca de segurança e abrigo. A mãe de Laila voltou a sua "depressão".

Tariq diz a Laila que sua família vai deixar o país. Ela, sem saber o que fazer, fica arrasada. Mesmo não sendo casados, eles deixaram o amor falar mais algo e entregam-se um para o outro. Após esse acontecimento marcante na vida dos dois, Tariq a convida para ir junto com eles, diz que quer casar com ela, que a ama, mas ela diz que não pode ir por causa do seu pai.

Dezessete dias após a partida de seu grande amigo, a família de Laila decide ir embora. Porém, acontece uma tragédia: enquanto estavam arrumando as coisas, a casa da garota é atingida por um bombardeio e a unica sobrevivente é ela. Algum tempo depois, ela acorda na casa dos seus vizinhos, Mariam e Rashid. Mas, depois de um tempo na casa deles, Rashid diz a Laila que caso ela aceite casar-se com ele, ela pode continuar morando lá. Com a menstruação atrasada, vomitando e sozinha em Cabul, Laila aceita se tornar a segunda esposa de Rashid.

E agora, como será a vida deles? Mariam aceitará a outra esposa? Rashid descobrirá que o filho que Laila espera é, na verdade, de Tariq? Ela vai atrás do seu amor ou se conformará com o seu casamento? Contará a verdade a sua filha? Mariam conseguirá dar filhos a Rashid? Perdoará Jalil Khan, seu pai? Essas perguntas são respondidas ao longo do livro. Sugiro que vocês tenham este livro na prateleira o mais rápido possível e, com ele, aprenderão diversas coisas. Super recomendo!

P.s: Quero um Tariq para mim, como faz? Me apaixonei!

1. Muito ruim 2. Fraco 3. Bom 4. Muito Bom 5. Excelente

Nenhum comentário:

Postar um comentário